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O Brasil é um país de longa Idade Média. Embora a claridade de sua Natureza não consegue sair da sua escuridão intelectual. Vive como colônia. O país está à espera de encontrar seu caminho de construção na Era do Conhecimento.

O passado condena. O Brasil vive sob a pena de uma história obscura. A de não desejar participar da fronteira dos acontecimentos. Aceitar o passado como presente. Não peleja e se torna conservador de princípios ultrapassados. A defender a disputa entre liberalismo e marxismo como se estivéssemos na década de 1920. Assim, a sua esquerda e direita se comportam.

Neste século 21 a História chega a sua Era do Conhecimento. E um de seus paradigmas está em relacionar conhecimento com capital. O que traz dinamismo à economia nos dias atuais não é simplesmente o trabalho e o investimento. É a realização de espaço psicológico. Nele está a construção do Mundo. Um local sendo construído não apenas pelo capitalismo como por diretrizes psíquicas.

O Brasil ainda não entendeu que a chegada da Era do Conhecimento é essencialmente uma benção. A possibilidade de curar duas de suas maiores chagas: o atraso e a desigualdade. Trazer à luz o progresso gerado por ciência e economia. A fazer com que mestres e comerciantes produzam um conhecimento a gerar dinheiro. Um dinheiro a iluminar o conhecimento.

O país necessita encontrar seu caminho de construção na Era do Conhecimento ultrapassar sua Idade Média e encontrar sua Renascença. Entender que para se ganhar dinheiro é preciso gerar bens. Não se submeter a ser um empório de serviços e revendas e a ganância do rentismo.

Estamos numa época sendo orquestrados pela relação conhecimento – capital. Uma dialética do conhecimento a integrar educação-ciência-inovação-economia. Esse é o desafio a ser enfrentado por uma nação. Entre o desconhecido que faz a ciência funcionar e o lucro a economia se expandir, existe uma árdua estrada de integração ao país construir.

Há 50 anos a Coréia do Sul era considerada dentre as nações mais pobres do Mundo, segundo a ONU. E, agora, está entre as dez mais ricas. Isto porque se enquadrou nos moldes da dialética do conhecimento. Juntou o desenvolvimento educacional com o de empresas. Apostou que, o cultivo de símbolos na folha em branco leva a prosperidade.

Ao mesmo tempo nenhum país se esforçou tanto como o México para participar da globalização. Esperava que ao introduzir sua economia nas cadeias produtivas globais iria crescer muito, gerar tecnologia, emprego de qualidade, superar problemas sociais. O resultado é que, em 2019, 51% de sua população está abaixo da linha da pobreza e 57% dos mexicanos sobrevivem em empregos informais.

A diferença entre a Coréia do Sul e o México é a entre a dialética do conhecimento e serviços e revendas. Entre acreditar que a abertura da economia levará o país ao paraíso da modernidade capitalista ou a entender que para se chegar a criação de bens tecnológicos tem-se que abrir a estrada entre educação-ciência-inovação-vendas.

O México acreditou nesta fadinha globalizante. Em 1992 aderiu ao Nafta, em 1997 ao acordo de livre comércio com a União Europeia. O que aconteceu? A Coréia do Sul exporta tecnologia, o México exporta petróleo cru e importa produtos refinados (gasolina, diesel, etc). O déficit comercial do México com a União Europeia saltou de 9 bilhões de dólares em 2000 para cerca de 26 bilhões em 2017.

O Brasil necessita refletir a respeito da Era do Conhecimento e sua dialética do conhecimento. O significado de gerar bens e os relacionar com o capital. Não ser iludido por contos de fada. De que o progresso pode ser feito sem trabalho, investimento e geração de espaço psicológico. Uma relação que para ser efetuada necessita de proteção, De uma política conhecimentista.

Há uma crise estrutural a ser entendida a da Geração de Conteúdo. Quanto ao Brasil, de acordo com o IBGE o país em 2019 está com 1,4 milhões de pessoas com ensino superior completo sem trabalho. O avanço da desocupação neste segmento reflete que esse tipo de emprego não está sendo gerado.

Essa é a quarta praga que assola o Brasil na sua Idade Média à Era do Conhecimento. A praga de serviços e revendas. A do conto de fadas de um desenvolvimento sem gerar produtos e vendas. A estar sempre revivendo o Tratado de Methuen assinado em 27 de dezembro de 1703 entre Portugal e Inglaterra. Esse tratado é tido como símbolo máximo da estratégia britânica de se transformar em potência hegemônica. A lógica consiste em adquirir matéria prima e vender produto manufaturado, de maior valor agregado. Dali por diante, a estratégia de importar matéria prima e exportar produtos manufaturados, marcou as disputas entre países centrais e periféricos.

Precisamos ultrapassar a égide do Tratado de Metheun. Na época, as manufaturas inglesas liquidaram as manufaturas portuguesas. Hoje, o retalhamento da Petrobrás irá desmontar a geração de conteúdo nacional. As reservas de ouro do Brasil enviadas a Portugal acabaram nas mãos inglesas, o mesmo acontecerá com o pré-sal. Alimentará o desenvolvimento da quarta revolução industrial nos outros países.

A Era do Conhecimento traz um novo tipo de nacionalismo. O da defesa do conteúdo nacional. A pergunta que fica é se temos elites capazes de promover esse novo tipo de nacionalismo. O Brasil se quiser chegar a sua Renascença à Era do Conhecimento terá de curar-se dessa quarta praga de sua Idade Média.

Por MELK

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