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Dando início a uma nova frente em suas disputas comerciais e tecnológicas com a China, o Governo Trump tomou, nesta segunda-feira, medidas para cortar uma fabricante chinesa de semicondutores das exportações de componentes, software e produtos tecnológicos dos EUA.

O Departamento de Comércio informou que colocou a Fujian Jinhua Integrated Circuit Co Ltd em uma lista de entidades que não podem comprar produtos de empresas norte-americanas, citando um “risco significativo” de a nova capacidade dos chips ameaçar a viabilidade dos fornecedores americanos desse tipo de chip para sistemas militares.

O Departamento disse em comunicado que a Fujian Jinhua “representa um risco significativo de se envolver em atividades que são contrárias aos interesses nacionais dos Estados Unidos”.

A ação é semelhante a uma medida do Departamento de Comércio que quase pôs a empresa de equipamentos de telecomunicações chinesa ZTE Corp fora de atividade no início do ano, cortando-a dos fornecedores norte-americanos.

A ZTE, que havia descumprido um acordo para resolver violações de sanções ao Irã e à Coréia do Norte, foi autorizada a retomar as compras de produtos dos EUA após uma revisão do acordo e o pagamento de uma multa de US$ 1 bilhão.

A ação contra a Fujian Jinhua deve provocar novas tensões entre Pequim e Washington, já que a empresa está no centro do programa “Made in China 2025”, para desenvolver novas indústrias de alta tecnologia.

As duas principais economias do mundo já estão travando uma grande guerra tarifária sobre suas disputas comerciais, com os impostos norte-americanos na casa de US$ 250 bilhões sobre bens chineses, e impostos chineses de US$ 110 bilhões em mercadorias norte-americanas.

A Fujian Jinhua, que está inaugurando uma nova fábrica de chips de US$ 5,7 bilhões na província de Fujian, está ligada às acusações do Governo Trump de que a China sistematicamente roubou e forçou a transferência da tecnologia americana. A Fujian Jinhua e a parceira taiwanesa United Microelectronics (UMC) foram acusadas em dezembro passado pela fabricante de chips de memória Micron Technology de roubarem chips por meio de funcionários criminosos, caso ainda em andamento em um tribunal da Califórnia.

A UMC contestou essa versão em um tribunal chinês, acusando a Micron de infringir suas patentes, levando a uma proibição temporária em julho das vendas dos principais produtos da Micron na China.

Não ficou claro de imediato o efeito que a ação do Departamento de Comércio terá nas operações da Fujian Jinhua.

O Secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, disse em comunicado que a nova planta da empresa chinesa provavelmente foi beneficiada por “tecnologia de origem norte-americana” e sua produção adicional ameaçaria a viabilidade a longo prazo dos fabricantes de chips dos EUA.

“Quando uma empresa estrangeira se engajar em atividade contrária aos nossos interesses de segurança nacional, tomaremos medidas firmes para proteger nossa segurança nacional”, disse ele. “Colocar a Jinhua na Lista de Entidades limitará sua capacidade de ameaçar a cadeia de fornecimento de componentes essenciais para os nossos sistemas militares.”

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