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Estamos em época de Páscoa. Momento de redenção da natureza humana diante de suas circunstâncias. Tempo de elevar nossa noção de transcendência. Não apenas ressaltarmos a ressurreição de Jesus Cristo. Também olhamos para o céu e perguntamos que tipo de transcendência o Universo apresenta.

No lugar da cansativa polêmica entre ciência e religião o tema propício numa Era do Conhecimento diz respeito a que tipo de transcendência comanda a Natureza. Estamos diante de um Universo com cerca de 120 bilhões de galáxias. Descomunal. A pergunta de Páscoa é saber se essa ordem é caótica ou provém de uma transcendência.

Após 500 anos, desde a revolução científica do século 16 seguida por quatro revoluções industriais, o homem desenvolveu seu método científico. Essa vitória de percepção exige com que qualquer pensamento seja seguido por observação e constatação. O resultado tem sido o erguimento de uma civilização científico-tecnológica capaz de nos permitir um melhor padrão de vida.

Neste desenvolvimento, somente aos incautos, a fé e a ciência se chocam. Ambas protagonizam a presença do Verbo. O de a palavra se sobrepor a matéria. O saber está dentro do Verbo. A diferença é que enquanto o Verbo se encontra nas Escrituras de um modo definitivo, mas literal, a sua ação através da ciência aparece aos percalços. A procura pela síntese verbal é a provocadora de ciência. A ciência não quer saber da matéria que envolve o Universo, mas de suas leis. No entanto, a palavra científica não pode ser dogmatizada. Ela surge para colocar a dúvida.

Enganam-se aqueles que acreditam que os maiores protagonistas desse impasse entre ciência e religião, Galileu e Darwin, foram indivíduos sem fé. Ao contrário, nunca a olvidaram. Contudo, as suas ações foram em defesa das correntes de idéias que protagonizaram. Galileu fundou a física como ciência experimental. Sem essa inversão aristotélica não teríamos alçado as revoluções industriais. Darwin mostrou como a mãe-terra gera vida. Sem adaptações a evolução não haveria acontecido. Sem Darwin não perceberíamos o que vem acontecendo na Terra desde seu período cambriano há 600 milhões de anos atrás. Sem Galileu continuaríamos andando a cavalo.

Galileu e Darwin nos abriram as portas a entender sobre os processos físicos. Os quais possuem leis e ao homem foi dada a capacidade de as compreender. Neste fluxo estamos. O de participar de uma civilização a construir ciência e inovação capazes de criar novas condições ambientais.

Neste efeito, o Conhecimentista é o personagem desse novo tempo. Embora os historiadores e sociólogos tenham dificuldades de incorporar o conhecimento como o novo elemento de História a presença do Conhecimentista se torna irrefutável. Não mais somos os bichos de Darwin. Estranhamente, evoluiu um bicho no planeta Terra capaz de modificar o mundo exterior a partir da folha em branco. Nos tornamos seres com a capacidade de através de símbolos intervir na Natureza. São inúmeras as pessoas cuja ação está em depositar símbolos sobre a folha em branco (papel, telas de computador, cinema etc). E, esse bicho se interroga, sobre que tipo de transcendência a Natureza oferece.

Neste tempo de Páscoa é momento do Conhecimentista mostrar que a fé não é a única proprietária da transcendência. Maria Madalena não ser a única pela ressureição do Filho do Homem apresentada a transcendência. A física atual já realizou medições experimentais capazes de a levar a uma meditação sobre a existência da transfiguração na Natureza. Um tema possível de ser entendido embora ainda fora do escopo da física oficial de nossa época.

Incrivelmente duas descobertas experimentais são suscetíveis ao significado de transcendência. São a invariância da luz e o confinamento dos quarks. Uma nos leva a noção do absoluto, outro a do oculto. Dois contos de fada galileanos que descem e se colocam diante das terrenas contingências experimentais da física.

A invariância da luz significa que a velocidade da luz é sempre a mesma. Não depende de referencial. Vc pode estar viajando numa direção ou ao contrário que a velocidade da luz permanece. A sua anunciação foi feita pelas Equações de Maxwell em 1864 e sua constatação em 1888. Portanto, assunto do século 19. Einstein foi quem melhor entendeu seu significado e transformou o conceito de absoluto em relativo. Nesta lógica, criou suas duas teorias da relatividade e a famosa expressão E = mc2.

Embora os físicos não relatem ao grande público o fato é que a base de seu desenvolvimento teórico está no absoluto da luz. Ele fundeou não apenas a Relatividade como o Grupo de Lorentz. A partir daí, as equações físicas são estipuladas. A anti-matéria foi descoberta a partir da invariância da luz. Não é proibido fumar, o proibido em física é não seguir o evangelho da luz. As suas equações devem servir de hinos à invariância da luz.

Outra transcendência descoberta pela física aconteceu há 50 anos atrás. Desde os gregos Empédocles e Demócrito que vem-se discutindo sobre os últimos constituintes da Natureza. Nesta caminhada chegamos a moléculas, átomos, partículas elementares, e em 1969, descobriu-se sobre os quarks. Seriam partículas mais elementares, os constituintes de prótons, nêutrons etc.

A novidade é que os quarks existem mas não podem ser vistos. A sua existência é indireta. Assim como as carmelitas os quarks estão confinados. Nos últimos 50 anos o esforço da física tem sido o de desconfinar os quarks. Bem que tentaram os retirar de dentro do próton. Entretanto, até hoje, ninguém conseguiu detectar nenhum quark livre.

O significado do confinamento dos quarks é um assunto em aberto. Muitas tem sido as interpretações nos mais prestigiados centros de pesquisa no mundo. Há uma profundidade ainda a ser entendida. No confinamento dos quarks há um corte epistemológico a ser entendido. De um outro modo, estamos novamente retornando a discussão acontecida entre Galileu e a Igreja. Surpreendentemente a física de origens galileanas acabou em Irajá.

Há uma espada de Excalibur enterrada no meio da física. À espera de nobres e mancebos a retirá-la. A nossa interpretação é que o confinamento mostra a existência de duas regiões na Natureza: a fenomenológica e a numenônica. Enquanto, a primeira se revela através da tradição galileana em seu método científico da medição, a segunda só pode ser vista indiretamente.

Nem tudo está sol a pino. O enigma a decifrar é a Natureza como produto de uma relação númeno-fenômena. Essa pascoalina revelação está a fazer com que a Física Quântica reviva as antigas escolas iniciáticas. O nosso futuro presente se sincronizar com um passado antigo. Ao visível existe o oculto. Embora nenhum físico acredite nessa interpretação, nenhum consegue a negar. Curiosamente, o Universo não começa pelo Big Bang, mas por um script hollywoodiano baseado em escondidas ’ Doze Pedras Coloridas’. Nelas estarem os inícios da relação casuística númeno-fenômena.

Essa é a Nova Páscoa que a nossa ciência permite auscultar. Estamos diante do irromper de uma Nova Física. Uma Pessach baseada na medição galileana em olhar para o céu através das transcendências da invariância da luz e do confinamento dos quarks. Contudo, ainda nos falta um Teilhard de Chardin ou uma Maria Madalena, a termos coragem de assumir no que estamos vendo (medindo).

Por MELK

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